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Transtorno alimentar é um transtorno mental que se define por padrões de comportamentos alimentares inadequados que afetam negativamente a saúde física e mental do indivíduo. De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) os transtornos mais comuns são: anorexia nervosa, bulimia nervosa e o transtorno de compulsão alimentar.
Anorexia Nervosa é caracterizada pela baixa ingestão calórica, a partir de restrições rigorosas que geram extremo baixo peso corporal no contexto de idade, gênero, trajetória do desenvolvimento e saúde física. Ademais, ocorre a apresentação do medo mórbido de engordar e perturbações quanto ao peso e à forma corporal; comumente, pode haver distorção da imagem corporal.
Bulimia Nervosa é descrita, por episódios de compulsão alimentar (consumir uma grande quantidade de alimentos em curto espaço de tempo) que acontecem periodicamente com comportamentos compensatórios inadequados. A característica mais evidente de pacientes bulímicos é a sua peculiar relação com a comida, cuja sensação é a de completa perda de controle. Esses episódios costumam acontecer às escondidas, preferencialmente quando a pessoa está sozinha, mas são acompanhados dos sentimentos de culpa, vergonha e de muito medo de engordar.
Transtorno da Compulsão Alimentar é caracterizado pela presença e episódios de compulsão alimentar acompanhado de uma sensação de falta de controle sobre a capacidade de comer. Após esses episódios é comum surgir sentimentos de aversão, depressão ou culpa. Alguns comportamentos são comuns a esses quadros, como roubar ou acumular comida em lugares estranhos e a realização de rituais para as sessões de compulsão.
Os Transtornos Alimentares ocupam a posição de terceira doença crônica mais prevalente em adolescentes do sexo feminino, depois da obesidade e da asma, e acham-se associados com às mais altas taxas de mortalidade entre as doenças psiquiátricas. As taxas de prevalência variam de acordo com cada diagnóstico, sendo os mais comuns: Anorexia Nervosa (0,1%), Bulimia Nervosa (1,16%), Transtorno da Compulsão Alimentar (3,5%).
O risco independe de idade, gênero, raça, religião, orientação sexual. Apesar de poder afetar a população geral, são considerados grupos de risco meninas adolescentes, homens e mulheres que sejam preocupadas excessivamente com a forma corporal e tenham como foco de trabalho exigências com relação ao corpo e alimentação, como modelos, bailarinas, atletas, estudantes de nutrição e educação física.
É comum as pessoas quererem achar um “culpado”, algo que explique o surgimento da doença. Porém, o transtorno alimentar é resultado da interação entre vários fatores, o que comprova a complexidade dos casos. Há fatores classificados como predisponentes, desencadeadores e mantenedores. A cultura e o meio social, através da mídia, são facilmente identificados a partir dos padrões de beleza, nos quais são cultuadas as formas magras e definidas de um corpo perfeitamente surreal e extremamente desejado por quem quer que seja.
Por fator predisponente, entende-se as influências biológicas, genéticas e psicológicas do indivíduo. Já os fatores desencadeadores (ou precipitantes) são compreendidos como o ambiente no qual o indivíduo se desenvolve, ou seja, seu meio social, cultural e familiar. Alguns exemplos seria decidir fazer uma dieta restritiva, vivenciar uma crise familiar ou um luto. Para os fatores mantenedores, têm-se como exemplos as manutenções das relações familiares somadas às contribuições dos bombardeios de ideais de perfeição corporal dos veículos publicitários (forma de expressão cultural da atualidade).
A chance de recuperação aumenta o quanto mais cedo o transtorno alimentar for identificado. Os sinais e sintomas de atenção podem variar de acordo com o tipo de transtorno alimentar. Para saber mais acesse nosso material educativo aqui .
Se você desconfia que alguma dessas alterações esteja ocorrendo com você ou com alguém que você ama, não tenha medo, procure ajuda e orientação profissional adequada. É possível voltar a se relacionar de maneira saudável com a comida e com o corpo.
Dada a complexidade, gravidade e cronicidade dos transtornos alimentares, já é um consenso que o tratamento exige o envolvimento plural de abordagens e profissionais. A equipe mínima é composta por três profissionais que sejam especializados na área: Psiquiatra, Psicólogo e Nutricionista. Outros profissionais, também importantes, podem compor a equipe, tais como: educadores físicos, fisioterapeutas, neuropsicólogos, enfermeiros, médicos de outras especialidades. Para entender um pouco mais sobre a atuação de cada um deles no tratamento clique aqui.
O que sabemos hoje é que a prevenção pode ser feita com a população como um todo envolvendo desde o ambiente escolar com participação de professores, coordenadores, pais e alunos, até o governo com a regulamentação de medicações para emagrecer/suplementos/shakes. No entanto deve-se dar maior atenção aos grupos de risco, como meninas adolescentes – geralmente mais preocupadas com peso e forma corporal, além de grupos que tenham como foco de trabalho, exigências com relação ao corpo e alimentação, como modelos, bailarinas, atletas, estudantes de nutrição e educação física.
Um alerta importante a todos profissionais, educadores e pais, é de que todas as ações, em qualquer nível, local, e grupo devem ter foco em mudanças de comportamento que promovam uma melhor relação com comida e corpo. Para saber mais acesse como prevenir sem causar danos
Fazendo as pazes com o corpo
O livro referenciado é um relato da jornalista Daiana Garbin a respeito do sofrimento pelo qual passou ao tentar atingir uma beleza ideal. Ditado por mídias sociais, o padrão de beleza dos dias atuais exige corpos emagrecidos em troca de sucesso, de felicidade, de fama, de dinheiro e de reconhecimento. Portanto, é um fator gerador de sofrimentos e adoecimentos. Se você acredita ter encontrado soluções em dietas e no emagrecimento, saiba que não funcionará! Confira o livro e o projeto “Eu vejo”.
Fontes: http://fazendoaspazescomocorpo.com.br/
http://www.euvejo.vc/sobre/
Como lidar com os transtornos Alimentares. Guia prático para familiares e pacientes
A obra referenciada foi organizada por dois médicos psiquiátricas, com co-autoria de profissionais da saúde com anos de experiência no tratamento e manejo de pacientes com transtornos alimentares. Uma dica de leitura para familiares e profissionais que possuem interesse em compreender um pouco mais sobre os transtornos alimentares.
Eu, ele e a enfermeira ... Na luta contra a anorexia
Neste livro, a autora Fernanda do Vale compartilha, de forma leve na medida do possível, sua luta contra a anorexia. O livro é um relato em forma de diário no qual a autora conta como foi sua internação poucos dias antes de seu casamento. É repleto de relatos emocionantes como por exemplo quando ela conta que tem um filho pequeno em casa e quando ela compartilha a carta que se seu noivo escreveu. Porém a autora consegue se abrir de maneira profunda usando um pouco de humor para amenizar as passagens fortes e emocionais.
O peso das dietas
A nutricionista franco-brasileira Sophie Deram mostra em seu livro que para viver com qualidade, sem sofrimento e com o peso saudável (e sustentável) é fundamental não fazer dietas e nem cortar da sua alimentação alimentos ou grupos alimentares completos.
Questões importantes são tratadas, como, por exemplo, porque a fisiologia está programada para fazer com que as dietas fracassem; porque as pessoas engordam fazendo dietas; porque aceitar seu corpo é essencial; e, porque o importante é buscar uma vida mais saudável, e não necessariamente um corpo magro.Além disso, há uma seção com dicas sobre como organizar o seu dia a dia na cozinha e com mais de 50 receitas saborosas e de fácil preparo.
O mito da beleza: Como as imagens de beleza são usadas contra as mulheres
A jornalista Naomi Wolf explica nesse livro clássico e atual, como os padrões estéticos são concebidos para controlar as mulheres. Aprisionar o valor feminino na beleza, na juventude e na magreza faz com que percamos força política e econômica, nos mantendo ocupada demais para outras questões.
A primeira versão do livro foi publicada em 1991 nos Estados Unidos e em 1992 no Brasil.
Essa é a 6ª edição que vale a pena pela introdução escrita pela autora em 2002, em que acrescenta como os transtornos alimentares têm relação com o “Mito da Beleza”
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