Quando se fala em mídia social, comumente pensamos no Instagram e Facebook. Mas será que essas plataformas apresentam algum impacto ou risco para o desenvolvimento de Transtornos Alimentares? Os estudos apresentados nos últimos 5 anos demostram que sim1,2,3,4,5. O uso dessas plataformas são um dos diversos fatores de risco para desenvolvimento de Transtornos Alimentares, insatisfação com a forma, sintomas depressivos, etc. Mas porquê? Alguns estudos dizem que a comparação entre a imagem vista com a sua própriaimagem geram diversos sentimentos no indivíduo. Estes sentimentos podem fazê-lo iniciar uma dieta ou seguir a dieta postada, aumentar a quantidade de exercícios ou seguir os exercícios postados, e/ou outras atitudes para atingir aquilo que gostaria ser visto como.
Contudo, a mídia social envolve variáveis, como a própria plataforma (por exemplo: Instagram, Facebook, Twitter, etc.), as postagens de cada indivíduo e os seguidores. A plataforma não tem por objetivo principal a divulgação de conteúdos referentes a alimentação, atividade física e imagem corporal, mas sim, a diversidade de informações. Postagens com conteúdos relacionados ao assunto dieta, atividade física e o resultado em sua própria imagem corporal devem ser filtradas uma vez que muitos indivíduos dedicam exclusivamente sua vida a estas mensagens, e consideram uma forma de trabalho e renda. Além disso, é possível que haja um aperfeiçoamento daquelas imagens para que tenha uma melhor visibilidade. E quem disse que não existe sofrimento neste indivíduo? Quem disse que este indivíduo não esteja também sofrendo de um Transtorno Alimentar? Nós nunca saberemos dos bastidores daquela imagem, só sabemos que trata-se de um ser humano. Por fim, temos o último integrante da mídia social que é o seguidor ou espectador, variável esta que pode ser considerada a mais importante desta cadeia. Ele é quem determina quais os conteúdos que apresentam maior visibilidade e merecem investimento. Nesta cadeia, o seguidor ou espectador precisa estar consciente dos sentimentos que o conteúdo gera em si e ser livre para decidir e escolher qual caminho seguir nestas plataformas.
Em vista destas preocupações, diversos estudos 6,7,8,9,10,11,12 e profissionais da área da saúde têm investidono desenvolvimento de conteúdos com o objetivo de auxiliar pacientes com Transtornos Alimentares e prevenir o desenvolvimento dos mesmos. E desta forma, é evidente o aumento da divulgação de formas de se relacionar melhor com o alimento, com o próprio corpo, com a atividade física e com seus próprios sentimentos, favorecendo de maneira positiva a sua visita a mídia social.
Ruth Bartelli Grigolon
Possui graduação em Nutrição pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas, especialização em Nutrição Infantil e do Adolescente pela Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP e Mestre em Ciências da Saúde pelo Programa de Pós-Graduação em Psiquiatria e Psicologia Médica. Colaborou em pesquisas no Laboratório de Genômica Nutricional Faculdade de Ciências Aplicadas da Unicamp, no Laboratório de Interdisciplinar de Neurociências Clínicas (LinC) UNIFESP e no Centro Referência em Álcool, Tabaco e Outras Drogas (CRATOD) da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo. Atualmente, é Docente em Nutrição no Centro Universitário Padre Anchieta e Nutricionista Voluntária do Programa de Atenção aos Transtornos Alimentares (PROATA) da UNIFESP (adolescente e infantil), onde também colaboradora com pesquisas acadêmicas. Além disso, realiza Doutorado pela Departamento de Psiquiatria e Psicologia Médica da UNIFESP e é pesquisadora do Núcleo de Pesquisas do Programa de Transtornos Alimentares – AMBULIM do Instituto de Psiquiatria da USP.
Referências
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