Se alguém na sua família está sofrendo com algum tipo de Transtorno Alimentar, seja ele qual for, saiba que você tem um papel que pode ser de extrema ajuda e importância na recuperação desse seu familiar.
Muitas vezes, é justamente alguém da família que percebe que a pessoa não está bem e que precisa de ajuda e a tomada de atitude para levá-la ao tratamento é primordial.
Lidar com alguém que está passando por um Transtorno Alimentar não é uma tarefa fácil, porém sua força e determinação para ajudar essa pessoa será fundamental no tratamento. A pessoa doente vai se sentir mais acolhida e confortada se encontrar o apoio da família.
É claro que dinâmica familiar muda bastante e muitas vezes você pode ter dificuldades de entender o que esta pessoa está passando. O ideal é que você seja proativo e tente se aproximar mais dela. Mesmo que a pessoa tenha a tendência a se isolar, tente ir atrás, esteja ali sempre presente, por perto. Mostre que você se importa. Sabemos que não é uma tarefa fácil, mas seja persistente.
Se possível, esteja presente nas refeições, converse com a pessoa sobre assuntos diversos, mas evite falar sobre comida nestes momentos. Convide-a a passear, dar uma volta, uma caminhada, qualquer atividade que tire-a do foco de pensamentos sobre seu peso e alimentação.
Para tentar entendê-la, procure se informar sobre o assunto. Existem muitos livros, artigos publicados e aqui mesmo no site da Astral você pode encontrar diversas informações sobre o assunto. Mostre que você se preocupa e faça com que ela se sinta acolhida por você.
Saiba que o tratamento é longo e seu familiar irá passar por altos e baixos. Esteja sempre presente, seja nas derrotas e nos pequenos avanços. Os avanços às vezes são pequenos e demorados e daí a importância da paciência e da persistência. Tente dar força e estimulá-lo a continuar sempre no tratamento. Se possível, acompanhe-o nas consultas e, se a pessoa não quiser companhia, ao menos ofereça uma carona ou apenas lembre-a da data da consulta. Mostre que você está junto nesta jornada.
Quando algum membro de uma família adoece, todos sofrem juntos, portanto, se a família tiver condições de fazer Terapia Familiar ajuda muito na recuperação e faz com que a pessoa não se sinta tão sozinha pois esta doença envolve a família por inteiro. A Terapia Familiar vai ajudar na organização da família e pode ser fundamental no tratamento também.
É importante salientar que a culpa está sempre presente, porém tenha certeza de que, mesmo que esteja acontecendo com a sua filha, sua irmã, esposa, esposo, qualquer familiar, a culpa não é sua. Ninguém é culpado por isso que está acontecendo, nem mesmo a pessoa que está passando por isso é culpada, pois o Transtorno Alimentar é uma doença psiquiátrica.
Com a ajuda de uma equipe multidisciplinar que envolve diversos profissionais como psiquiatras, psicólogos, nutricionistas, professores de educação física e outros profissionais especializados da área da saúde, essa pessoa pode ficar bem.
Patrícia Costa Vieira da Cunha Xavier
Psicóloga pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS). MBA em Marketing pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Fellow no Distinguish Career Institute (DCI) da Universidade de Stanford.
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